18 December 2007




Eu nunca escrevi uma coisa tão feia quanto agora.
Acho que é culpa do Agora, a Gorar .

05 December 2007


Você é o lastro daquele friozinho no meu umbigo.

13 October 2007



Se meu corpo pular em pedaços, feito pipoca, serei uma rã anêmica de mim.
Puro sentimento poroso.

10 October 2007





Quando a gente se vê em fotografias antigas, é tudo tão igual e contra-senso inconcebível, que parece até que a gente se travestia de passado.

08 October 2007



Olhar e perceber. Captar os limites do que não somos nós.
Palpar às pálpebras, Notar transversalmente Olfato-tátil, e eu querendo ir pro céu de nave-mãe.
Quero ser Gentileza em poesia.

05 September 2007

É, acho que nunca sou escrever.Souberam-me desde cedo que essa coisa de cair nas normas, no início meio e fim de leitores; isso sempre me perturbou.Meu cérebro das avessas, tangendo as idéias, perpassando as personagens, e eu sempre me esquecendo de quem os lê,quem os pega.Uma amiga minha me chama de Torta- “não disse que ela é toda torta?!?!”...com a voz gralhada.....Eu sou torta de mim, mas eu me entrego torta aos outros..só alguns outros, que me permitem cabê-los. Eu não faço a menor idéia pra que tudo isso e nem faço questão desse blogg...Mas é a vontade de permanecer..permanecer-me assim...viva...não dou o menor jeito pra essa coisa de escrever...escrevo de parágrafos, tijolos, pelo fim, pelo meio..olha lá Christine..tadinha..a mulher nem viveu direitinho a história ainda e ela já morreu.;e todo mundo sabe disso. Ta lá... http://o-devir-de-christine.blogspot.com/ .

03 September 2007



" Só o Outro pode dizer o que tem de Outro em nós mesmos"

(Don Delillo)

24 August 2007


Falaremos besteiras e haverá quem às envernize.
Viva a estupidez pontifical da literatura célebre.

21 August 2007

http://alexnoriegasketchblog.blogspot.com/


Para o poeta:
Ver-se em reverso e prosa é, realmente, desconcertante.


20 August 2007


Nem a água salgada de meus olhos se comporta naquele horizontal virtuoso de moderação. Se pudesses compreender o que seguro em mim, verias que é justamente a ausência de contrapesos que me faz tão assentável, mutavelmente equilibrada. Me refugiar em verticais de piruetas e aberturas.


14 August 2007




Na minha saliva não corre flúor; não pousa em meus poros detergente; não perpassa por meu corpo anilina. Somos feitos do só; feitos e só. Apenas.Compondo-nos em peripécias e piercings outonais. Fazes de engodo e tiques existências, mas, assim, em contradições, nos bastamos na satisfação pelo Início, pelo Meio e no fim.




11 August 2007

Tempo é o espaço das coisas quistas. É mais que o espaço da vida; é a idéia de somas e sensações acumuladas. Encher a peneira dessas brumas, virtuosamente saudosistas.


10 August 2007




Me cabe um determinado tanto em mim.
Outrora, porém, transpunha-me de volúpias inquiridas. Recheios macerados. Enxergava na urgência de Deus a copular.
Acho que a Verdadeira medida é a de petiscar-se em idéias e verdades. Nirvana em espinha dorsal, e um continuar prolongado, mais que espetacular. Orgasmo no mindinho do pé.

02 August 2007



Das raivas e das agonias.
Arrebatadoras e cretinas. ...Parindo-nas em segredo. Segredo imbecil.
Parece até coisa de cinema, circular aerofóbico..tudo em volta voltando à sim.
Cretina ...Criança.
E quando acaba, ela de Dry Martine, faz pose de mulher madurada:
obscenamente irônica.
Coisas dessa Vida cretina, que usa cinta liga.

29 June 2007


Minha alma é o espaço entre mim e o resto do mundo.




24 June 2007

Eu não durmo. Meu corpo cambita por dentro de meus ombros. Há espaço demais dentro de mim. Estou com um medo que me surpreende. Logo eu, que gozava do futuro envelhecer feito bonsai. Se o espaço de meu corpo for cada vez maior, temo me matar de tanto cintilar vivido; tenho medo de não saber lidar com essa felicidade construída.
Hoje são minhas vinte umas primaveras.

23 June 2007


TENHO UMA HISTÓRIA A ESCREVER. Nada sei mais que qualquer coisa, apenas os quinze segundo de aflição. Ela corre na avenida, bem enquadrada na câmera, sem tempos lógicos, expectativa ofegante, quase mortal. Nada sei sobre ela ainda. Não quero que morra como outras já morreram de mim. Esta vingará.Quero que seja densa, tal qual Zaratrusta, tal qual Simone a faria.È tão incrível como essas história podem nos transformar em medo e pó. È de ressaca mental, hiperativismo neurônico, um trago delas e já nos vemos num barato sem cigarros ou bebidas, refletindo, além, além e mais, intensamente e inevitavelmente.

20 June 2007

Li hoje quatro vezes destinos, duas saudades.
Eu sempre digo aos que amo: odeio a geografia, sua extensão. Seu cruel domínio onipresente.

O espaço. Prefiro aquele que perpassa as palavras, mesmo que seja esse Distância. Mesmo que meus As e meus Is estejam entre rodovias...Prefiro estas.

De pé, em pés e pedaços,
O homem da rua, maltrapilho;
Deixa a pobreza morta
Para ser vivo palhaço.

19 June 2007

Amar a Mara.
Amar a Mara além dessas margens marítimas.
Amar a Mara sem qualquer pudor.

Me aforgar em fulgor.

Quero que o acaso construa, de nós, formas tão vorazes e desconexas quanto sóbrias e distintas.

Carmem Carmim


"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
Clara Liz no Peito



'Entoarei meu canto aos solitários e aos que se retiram para a solidão aos pares. E a quem ainda tiver ouvidos para as coisas inauditas quero entorpecer-lhes o coração de minha ventura." Nietzsche




A Ilustração não é minha

16 June 2007

A Ilustração não é minha


São tão divertidos estes finais de semana de ócio. Carrancar-se num moletom e no resto de maquiagem da cara, correndo de um canto pro outro da casa, tentando aproveitar as horas desse ócio grego. Liga-se e desliga a Televisão, o computador, o som; a pamonha da rua parece até antropológicamente cultural. Para-se todos os Youtubes no meio e dispõe-se a analisar tudo. Viva cada treze minutinhos desses vídeos-vídeo-arte, que inventaram pra essas horas de inspiração extrasensorial, mais do que espiritual, mais que transcendente ante o tédio e a vontade de explodir!!! Dançar qualquer música dos anos oitenta de calcinha fritando um ovo, procurando a melhor frase de Niezsche pro início do seu filme, mas também tem a hora dos e-mails e o blogg a ser atualizado, já pensou na capa do seu livro?, Quanto é mesmo a passagem pro congresso?, Saudade de dançar lambada, saudade de minha amiga sórdida, meus peitos estão diminuindo, quinze minutos de ovo, já chega, agora do que mais? A Lei Rouanet é uma, masturbação eclesiástica agora, deu no jornal.

"Assim como os ossos, a carne, as entranhas e os vasos sangüíneossão envolvidos por uma pele que torna a visão do homem suportável,também as emoções e paixões da alma são revestidas de vaidade: ela é a pele da alma."
Nietzsche

05 June 2007




A voz do estômago ressoou no meu umbigo:

-Cria.

O meu orgulho autônomo, autovalente, me impede,


Mas não consola.


19 May 2007


Marcha firme,
Espalha os poros por aí.

09 May 2007

É mais fácil ser limítrofe, do que limitar-se coloquialmente.
Meus pés gelados calculam em tangentes, despercebidos,
Sobre a ótica pungente,
Os meus ângulos de luz.

Ou de tenaz sobriedade marrom,
Ou de flacidez griz.

- Idéias compactadas e mediocremente abafadas.

- Eu queria ter meio metro de altura e gostar de Segura o Tchâm.

Carta à Julia:


Como se não bastasse o futuro: essa coisa perpétua e plena de caos. Essa juventude Amadora, verde. “Imadura”.Esses direitos de chorar que nos colocamos a prova mais solitária, porra de crise juvenil. Tô de saco cheio destes ovos ao chão e dessa cara de criança apaixonada no espelho...E os seus “sapientes fins.”?!?!?...Tesos de tanta ignorância...A maior de todas, é justamente de ser jovem e querer salvar o que ainda “há de ser pródigo”.. Fim. Pena..nem mesmo as dentaduras hão de nos salvar.



26 March 2007

"O decreto Suprerestrutural foi de retorcer-nos em mais-valias sentimentais. Ja fui mais feliz quando não havia exército intra-uterino." T.A

21 January 2007


Inconstantes são meus versos de paróquia,
Que servem para apaziguar a alma insana.
Por obséquio cala toda chama
E faz brotar lamúrias,
De uma vida atroz.

Rodopiando,
Feito bailarina tonta;
Gastando a sola dos sapatos caros;
Cuspindo mágoas em meus amores;
Vingando o sopro
No que mais desprezo.

Valei-me tudo que acredito
Aquilo que perdura no que ainda vale;
Aquilo que suspeita de minha sobriedade;
Aquilo que pertence ao que faz jus.

Não tenho verbos aos meus atos,
Apenas letras aos meus desmantelos,
Que de algodão entope minhas narinas e sufoca o peito.